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Workshops CTR

Composição em Tempo Real, João Fiadeiro / Forum Dança

Sessões Abertas
Composição em Tempo Real

Segundas-feiras, das 18h00 às 20h00

A partir de 30 de setembro de 2024

Com a facilitação de João Fiadeiro e Márcia Lança

As sessões abertas de CTR – Composição em Tempo Real voltam a acontecer, desta vez orientadas por João Fiadeiro e Márcia Lança.

Para participar basta aparecer, não é necessário qualquer pagamento ou inscrição prévia. As sessões começam já no próximo dia 30 de setembro de 2024.

Durante o período que a REAL (estrutura dirigida por João Fiadeiro entre 1990-2019) dirigiu o Atelier Real, organizaram-se sessões abertas de prática de Composição em Tempo Real gratuitas para a comunidade. Eram sessões despretensiosas, entre a jam e a master class, que tiveram um impacto importante na comunidade de artistas de então e na investigação sobre (e em torno) desta ferramenta. Foram também sessões muito importantes como lugar de encontro e para a criação de redes profissionais e afetivas que perduram até hoje.

 

Durante os próximos meses, enquanto programação da actividade desenvolvida no âmbito da posição de Artista Investigador Residente do Forum Dança, vamos replicar estas sessões para partilhar a nossa experiência, mas também para nos deixarmos contaminar por discursos, olhares e práticas fora da nossa zona de conforto. Estas sessões estão abertas a qualquer pessoa – artista ou não artista, com ou sem experiência de improvisação, com percursos ligados à prática ou à teoria – desde que as premissas e princípios desta prática despertem a curiosidade.

 

“O ‘objeto de estudo’ da Composição em Tempo Real é o intervalo que emerge quando o tempo linear é interrompido e a sensação de continuidade é suspensa (via acidente, incidente ou ‘porque sim’). O espaço que se abre, resultante dessa interrupção, é onde a pesquisa de Composição em Tempo Real têm lugar. Dentro desse espaço, o tempo tem essa rara qualidade de ser simultaneamente ‘não mais’ e ‘ainda não’. Dentro desse espaço, o tempo não é linear (ou mesmo circular), mas ‘torcido’ (como a superfície topológica da ‘Fita de Möbius’), regido por leis que não respeitam as noções convencionais do antes e do depois, do dentro e do fora ou do longe e do perto.”

João Fiadeiro

A participação é gratuita, basta aparecer!

Contextualização

Selecione cada uma das secções abaixo para saber mais.

Composição em Tempo Real

Composição em Tempo Real é uma designação utilizada em inúmeras interações e contextos artísticos, sendo mais usual a sua utilização no campo da música eletrónica e na sua relação com a ciência da computação. No campo da dança contemporânea é utilizada por diversos artistas, como sinónimo da prática da “improvisação” (um termo de certa forma “sequestrado” pelo senso comum, como uma experiência arbitrária, desorganizada ou caótica), de forma a enfatizar a complexidade e o rigor envolvidos no ato de improvisar, sobretudo quando apresentada de forma pública.

 

Quando, nos anos noventa, João Fiadeiro deu início à sua investigação em torno da improvisação, a expressão mais utilizada para reivindicar esse rigor era a expressão “composição instantânea”. De forma meio intuitiva, João Fiadeiro decidiu adotar a noção de “composição em tempo real” para designar a sua investigação, porque era o termo que correspondia melhor à experiência de tempo expandido, distendido e plástico que ele experimentava quando “colidia” com o desconhecido, seja quando improvisava, seja quando compunha. Mais tarde conseguiu formular melhor essa resistência ao termo “instantâneo”, quando percebeu que uma parte importante da hipótese que colocava enquanto investigador, sobre a experiência do performer na sua relação com o tempo, sustentava-se na premissa de que a ideia de “instante” é uma construção artificial do ser humano, que decidiu, a partir do seu interesse (e proveito) próprio, que um instante é a fatia mais fina do tempo e que os momentos sucessivos substituem o anterior.

 

Mais recentemente, ao aceder ao pensamento de autores que estudam o conceito de tempo, essa convicção ganhou ainda mais corpo. Nomeadamente através da formulação de “tempo operativo” que Giorgio Agamben utiliza em “O tempo que resta”. Agamben apoia-se no linguista Gustave Guillaume (1883-1960) que afirma (no seu livro Temps et verbe) que “toda a experiência mental, por mais rápida [que seja], necessita de um certo tempo, que pode ser brevíssimo, mas nem por isso menos real”. Aquilo a que Guillaume define como “tempo operativo” (e João Fiadeiro como “tempo real”) é exatamente “o tempo que a mente emprega para realizar uma imagem-tempo”. Agamben complementa este raciocínio quando diz que “um exame atento dos fenómenos da linguagem mostra que as línguas organizam os seus sistemas verbais, não segundo o esquema linear precedente (…) mas através da referência da imagem construída no tempo operativo da sua construção.”. O tempo operativo (ou, como diria Fiadeiro, “tempo real”) “não é nem a linha – representável mas impensável – do tempo cronológico, nem o instante – igualmente impensável – do seu fim, e muito menos um segmento extraído do tempo cronológico (…). É antes o tempo operativo que urge no tempo cronológico e o trabalha e transforma a partir do interior, tempo do qual precisamos para fazer findar o tempo – nesse sentido: o tempo que nos resta.”.

 

Percebe-se, pelo que foi dito, que ao se debater sobre o termo de “instante” ou de “tempo real” para designar o tipo de “composição” que está aqui em jogo, João Fiadeiro não tem como referência o tempo partilhado entre improvisador e espetador, mas o tempo interno do performer, na gestão da experiência que medeia a identificação, a circunscrição e o processamento dos estímulos; a seleção e escolha das possibilidades de relação; e a sua consequente manifestação em forma de gesto e ação.

 

A utilização da expressão “Composição em Tempo Real” utilizada por João Fiadeiro para designar a sua investigação e prática, tem que ser entendida à luz desta reflexão.

João Fiadeiro

Forum Dança | PACAP 5 - João Fiadeiro
João Fiadeiro © Ana Viotti

João Fiadeiro (1965) é um performer, coreógrafo, investigador, professor e curador português.
Pertence à geração de artistas que surgiu no final dos anos oitenta em Portugal e deu origem ao movimento da Nova Dança Portuguesa.
Nos anos 90 estudou e praticou intensamente o Contacto-Improvisação o que o levou a prosseguir e sistematizar a sua própria investigação sobre improvisação sob a designação de Composição em Tempo Real. Esta pesquisa levou-o a coordenar workshops em programas de mestrado e doutorado em várias escolas e universidades em todo o mundo.
Tem feito extensas digressões pela Europa, América do Norte e América do Sul com os seus trabalhos a solo e em grupo.
O seu percurso, quer enquanto coreógrafo ou performer, como enquanto investigador ou curador, centrou-se na criação de condições para a experimentação, a prática laboratorial e o cruzamento interdisciplinar.
Esta actividade foi realizada tanto no quadro da direcção de projectos de programação e investigação artística, que passaram pelo Centro Cultural da Malaposta (1990-95), pelo Espaço Ginjal (1995-1998), pelo Lugar Comum (1999-2000), pelo Espaço A Capital (2000-2002) e pelo Atelier Re.AL (2004-2019), como no quadro da sua prática artística, através das criações e dos ateliers de investigação organizados em torno da Composição em Tempo Real.
O Atelier Re.AL foi uma estrutura que desempenhou um papel preponderante no desenvolvimento da dança contemporânea e de iniciativas transdisciplinares em Portugal.
Em todas estas diferentes plataformas de encontro, João Fiadeiro foi sempre acompanhado por artistas que participaram ativamente enquanto criadores, performers, investigadores e programadores, contribuindo de maneira decisiva para a existência deste projeto durante 30 anos de atividade ininterrupta.

Márcia Lança

Forum Dança | PACAP 5 - Márcia Lança
Márcia Lança

Márcia Lança nasceu em Beja e vive em Lisboa. Em 2008 fundou a VAGAR da qual é diretora artística. Tem trabalhado como coreógrafa e performer em diversas configurações colaborativas.
Move-se em territórios onde as fronteiras entre o ficcional e o real são ténues e difusas. O seu interesse pela materialidade poética de ações e tarefas concretas está no centro dos seus processos de criação.
É apaixonada por composições coletivas emergentes, pelo pensamento enquanto ação e por construções situadas.

Composição em Tempo Real, João Fiadeiro / Forum Dança

Sessões Abertas
Composição em Tempo Real

Segundas-feiras, das 18h00 às 20h00

 

!! Atenção !!
Em junho haverá sessões nos dias 3, 17 e 24. 

Com a facilitação de João Fiadeiro, Márcia Lança,

Cláudia Dias, Carolina Campos e/ou Daniel Pizamiglio

Durante o período que a REAL (estrutura dirigida por João Fiadeiro entre 1990-2019) dirigiu o Atelier Real, organizaram-se sessões abertas de prática de Composição em Tempo Real gratuitas para a comunidade. Eram sessões despretensiosas, entre a jam e a master class, que tiveram um impacto importante na comunidade de artistas de então e na investigação sobre (e em torno) desta ferramenta. Foram também sessões muito importantes como lugar de encontro e para a criação de redes profissionais e afetivas que perduram até hoje.

 

Durante os próximos meses, enquanto programação da actividade desenvolvida no âmbito da posição de Artista Investigador Residente do Forum Dança, vamos replicar estas sessões para partilhar a nossa experiência, mas também para nos deixarmos contaminar por discursos, olhares e práticas fora da nossa zona de conforto. Estas sessões estão abertas a qualquer pessoa – artista ou não artista, com ou sem experiência de improvisação, com percursos ligados à prática ou à teoria – desde que as premissas e princípios desta prática despertem a curiosidade.

 

“O ‘objeto de estudo’ da Composição em Tempo Real é o intervalo que emerge quando o tempo linear é interrompido e a sensação de continuidade é suspensa (via acidente, incidente ou ‘porque sim’). O espaço que se abre, resultante dessa interrupção, é onde a pesquisa de Composição em Tempo Real têm lugar. Dentro desse espaço, o tempo tem essa rara qualidade de ser simultaneamente ‘não mais’ e ‘ainda não’. Dentro desse espaço, o tempo não é linear (ou mesmo circular), mas ‘torcido’ (como a superfície topológica da ‘Fita de Möbius’), regido por leis que não respeitam as noções convencionais do antes e do depois, do dentro e do fora ou do longe e do perto.”

João Fiadeiro

A participação é gratuita, basta aparecer!

Contextualização

Selecione cada uma das secções abaixo para saber mais.

Composição em Tempo Real

Composição em Tempo Real é uma designação utilizada em inúmeras interações e contextos artísticos, sendo mais usual a sua utilização no campo da música eletrónica e na sua relação com a ciência da computação. No campo da dança contemporânea é utilizada por diversos artistas, como sinónimo da prática da “improvisação” (um termo de certa forma “sequestrado” pelo senso comum, como uma experiência arbitrária, desorganizada ou caótica), de forma a enfatizar a complexidade e o rigor envolvidos no ato de improvisar, sobretudo quando apresentada de forma pública.

 

Quando, nos anos noventa, João Fiadeiro deu início à sua investigação em torno da improvisação, a expressão mais utilizada para reivindicar esse rigor era a expressão “composição instantânea”. De forma meio intuitiva, João Fiadeiro decidiu adotar a noção de “composição em tempo real” para designar a sua investigação, porque era o termo que correspondia melhor à experiência de tempo expandido, distendido e plástico que ele experimentava quando “colidia” com o desconhecido, seja quando improvisava, seja quando compunha. Mais tarde conseguiu formular melhor essa resistência ao termo “instantâneo”, quando percebeu que uma parte importante da hipótese que colocava enquanto investigador, sobre a experiência do performer na sua relação com o tempo, sustentava-se na premissa de que a ideia de “instante” é uma construção artificial do ser humano, que decidiu, a partir do seu interesse (e proveito) próprio, que um instante é a fatia mais fina do tempo e que os momentos sucessivos substituem o anterior.

 

Mais recentemente, ao aceder ao pensamento de autores que estudam o conceito de tempo, essa convicção ganhou ainda mais corpo. Nomeadamente através da formulação de “tempo operativo” que Giorgio Agamben utiliza em “O tempo que resta”. Agamben apoia-se no linguista Gustave Guillaume (1883-1960) que afirma (no seu livro Temps et verbe) que “toda a experiência mental, por mais rápida [que seja], necessita de um certo tempo, que pode ser brevíssimo, mas nem por isso menos real”. Aquilo a que Guillaume define como “tempo operativo” (e João Fiadeiro como “tempo real”) é exatamente “o tempo que a mente emprega para realizar uma imagem-tempo”. Agamben complementa este raciocínio quando diz que “um exame atento dos fenómenos da linguagem mostra que as línguas organizam os seus sistemas verbais, não segundo o esquema linear precedente (…) mas através da referência da imagem construída no tempo operativo da sua construção.”. O tempo operativo (ou, como diria Fiadeiro, “tempo real”) “não é nem a linha – representável mas impensável – do tempo cronológico, nem o instante – igualmente impensável – do seu fim, e muito menos um segmento extraído do tempo cronológico (…). É antes o tempo operativo que urge no tempo cronológico e o trabalha e transforma a partir do interior, tempo do qual precisamos para fazer findar o tempo – nesse sentido: o tempo que nos resta.”.

 

Percebe-se, pelo que foi dito, que ao se debater sobre o termo de “instante” ou de “tempo real” para designar o tipo de “composição” que está aqui em jogo, João Fiadeiro não tem como referência o tempo partilhado entre improvisador e espetador, mas o tempo interno do performer, na gestão da experiência que medeia a identificação, a circunscrição e o processamento dos estímulos; a seleção e escolha das possibilidades de relação; e a sua consequente manifestação em forma de gesto e ação.

 

A utilização da expressão “Composição em Tempo Real” utilizada por João Fiadeiro para designar a sua investigação e prática, tem que ser entendida à luz desta reflexão.

João Fiadeiro

Forum Dança | PACAP 5 - João Fiadeiro
João Fiadeiro © Ana Viotti

João Fiadeiro (1965) pertence à geração de artistas que surgiu no final dos anos oitenta em Portugal e deu origem à Nova Dança Portuguesa, movimento fortemente influenciado pelo Judson Dance Theatre na América e pela cena New Dance na Europa.

 

Entre 1990 e 2019 foi diretor artístico do Atelier RE.AL, espaço que teve um papel preponderante no desenvolvimento da dança contemporânea e de iniciativas transdisciplinares em Portugal, tanto no âmbito da arte como entre arte, ciência e sociedade. Entre os projetos organizados por esta associação, destacam-se o LAB/Moving Projects (1992-2006), uma plataforma de work in progress de artistas emergentes; “Restos, rastos e traços” e “G.host” (2009-2011), dois programas de residência com foco em práticas de documentação para a arte contemporânea; e o projeto AND_Lab (2011-2014), um laboratório de pesquisa que trabalha a relação entre ética, estética e política, estão entre as iniciativas de maior impacto na comunidade.

 

João Fiadeiro tem feito extensas digressões pela Europa, América do Norte e América do Sul com os seus trabalhos a solo e em grupo. As suas peças navegam entre disciplinas (performance, dança e teatro), contextos (teatros, museus ou site-specific) e formatos (coreografias, happenings ou palestras-performances), numa tentativa de manter uma “sensibilidade radical” face ao presente e manter-se vigilante contra qualquer forma de estagnação ou perda do discurso crítico.

 

Entre 1995 e 2003 colaborou com os Artistas Unidos, companhia de teatro sediada em Lisboa, onde foi responsável pela movimentação dos atores em peças de Silva Melo, Shakespeare, Brecht, Goethe, etc. encenou peças de Samuel Beckett (Waiting for Godot), Sarah Kane (Psychosis 4’48’‘) e Jon Fosse (Nightsongs).

 

Paralelamente ao seu trabalho como coreógrafo, encenador e curador, João Fiadeiro estudou e praticou de forma intensa o Contacto-Improvisação nos anos 90, o que o levou a prosseguir e sistematizar a sua própria investigação sobre improvisação sob a designação de Composição em Tempo Real. Esta investigação, que começou por ser uma ferramenta de apoio às suas próprias práticas criativas, tem desde então sido utilizada por investigadores das áreas das artes e das ciências (provenientes de áreas tão diversas como a antropologia, as ciências dos sistemas complexos ou a economia), como plataforma teórico-prática para o estudo de decision-making, representação e colaboração. Este trabalho levou-o a lecionar em diferentes espaços independentes na Europa e América do Sul (Brasil, Uruguai, Argentina e Chile) e a conduzir workshops nos mais importantes programas de mestrado e escolas da Europa relacionados à dança contemporânea como PACAP/Forum Dança; EXERCE Master, Mestrado em Prática Artística e Cultura Visual no Museu Rainha Sofia; Programa SoDA MA; Estudos Performativos na Universidade de Hamburgo; Mestrado em Coreografia de Amsterdão; Mestrado em Teatro DasArts; a.pass_estudos avançados de performance e cenografia; MA Theatre Academy da University of the Arts Helsinki; Villa Arson; Centre National de la Danse, etc.

 

A ferramenta Composição em Tempo Real tem desde então alargado a sua aplicação fora do campo artístico com iniciativas como “Soft Skills for Hard Decisions”, concebida em colaboração com o economista António Alvarenga e aplicada em departamentos de recursos humanos de fundações; ou a disciplina “Estigmergia Social” concebida para o programa de doutoramento da Universidade ISCTE em Lisboa com o cientista de sistemas complexos Jorge Louçã.

 

Em 2018 João Fiadeiro publicou o livro “Anatomia de uma Decisão” onde sintetizou a sua pesquisa ao longo da vida sobre Composição em Tempo Real e em 2019 co-coordenou (com Romain Bigé) a exposição Drafting Interior Techniques na Culturgest, a primeira retrospetiva realizada sobre o trabalho e legado de Steve Paxton.

Composição em Tempo Real, João Fiadeiro / Forum Dança

Workshop II
CTR

Prática imersiva de Composição em Tempo Real

28 de Agosto a 1 de Setembro

Participação especial: Márcia Lança

O workshop irá privilegiar o acesso a esta ferramenta através de uma prática imersiva, mediada por um conjunto de “dispositivos performativos” que proporcionam diferentes velocidades, sensibilidades e intensidades com esta proposta. Estes dispositivos são, em muitos casos, extraídos de experiências performaticas que João Fiadeiro foi desenvolvendo ao longo dos anos, onde utilizou o aparato teatral (no sentido arquitectónico e ideológico) para investigar os limites perceptivos daquilo a que chamamos de “real” ou “ficção”; “privado” ou “público”; “dentro” ou “fora”.

 

Nesta semana a ambição será “crescer para o interior” desta prática de forma a aceder a uma qualidade de presença (e de participação) cara à Composição em Tempo Real: perceber como se pode abdicar do controlo e da orientação (indispensável para se aceder ao que nos afeta), sem que se perca o rigor e a lucidez (indispensável para se partilhar o que nos afeta).

João Fiadeiro

Forum Dança | PACAP 5 - João Fiadeiro
João Fiadeiro © Ana Viotti

João Fiadeiro (1965) é um performer, coreógrafo, investigador, professor e curador português.

 

Pertence à geração de artistas que surgiu no final dos anos oitenta em Portugal e deu origem ao movimento da Nova Dança Portuguesa.

 

Nos anos 90 estudou e praticou intensamente o Contacto-Improvisação o que o levou a prosseguir e sistematizar a sua própria investigação sobre improvisação sob a designação de Composição em Tempo Real. Esta pesquisa levou-o a coordenar workshops em programas de mestrado e doutorado em várias escolas e universidades em todo o mundo.

 

Tem feito extensas digressões pela Europa, América do Norte e América do Sul com os seus trabalhos a solo e em grupo.

 

O seu percurso, quer enquanto coreógrafo ou performer, como enquanto investigador ou curador, centrou-se na criação de condições para a experimentação, a prática laboratorial e o cruzamento interdisciplinar.

 

Esta actividade foi realizada tanto no quadro da direcção de projectos de programação e investigação artística, que passaram pelo Centro Cultural da Malaposta (1990-95), pelo Espaço Ginjal (1995-1998), pelo Lugar Comum (1999-2000), pelo Espaço A Capital (2000-2002) e pelo Atelier Re.AL (2004-2019), como no quadro da sua prática artística, através das criações e dos ateliers de investigação organizados em torno da Composição em Tempo Real.

 

O Atelier Re.AL foi uma estrutura que desempenhou um papel preponderante no desenvolvimento da dança contemporânea e de iniciativas transdisciplinares em Portugal.

 

Em todas estas diferentes plataformas de encontro, João Fiadeiro foi sempre acompanhado por artistas que participaram ativamente enquanto criadores, performers, investigadores e programadores, contribuindo de maneira decisiva para a existência deste projeto durante 30 anos de atividade ininterrupta.

Márcia Lança

Forum Dança | PACAP 5 - Márcia Lança
Márcia Lança

Márcia Lança nasceu em Beja e vive em Lisboa. Em 2008 fundou a VAGAR da qual é diretora artística. Tem trabalhado como coreógrafa e performer em diversas configurações colaborativas.

 

Move-se em territórios onde as fronteiras entre o ficcional e o real são ténues e difusas. O seu interesse pela materialidade poética de ações e tarefas concretas está no centro dos seus processos de criação.

 

É apaixonada por composições coletivas emergentes, pelo pensamento enquanto ação e por construções situadas.

 

Mais informações aqui

Composição em Tempo Real, João Fiadeiro / Forum Dança

Performer: Gustavo Sumpta

Informações

Seleccione cada uma das secções abaixo para tomar conhecimento de todas as especificações do processo de candidatura e selecção.

A quem se destina

Este ciclo de Workshops em Composição em Tempo Real é composto por duas semanas diferentes, cada uma delas direcionado a pessoas com práticas distintas:

 

    • Workshop I / Introdução – artistas-investigadores com experiência em improvisação (em dança, performance ou teatro). É aberto a qualquer pessoa mas daremos prioridade a candidaturas de quem ainda não tenha tido contacto com a Composição em Tempo Real de João Fiadeiro;

 

    • Workshop II / Prática Imersiva – artistas-investigadores com experiência prévia com a Composição em Tempo Real de João Fiadeiro.

 

Podem candidatar-se para a frequência das duas semanas (Introdução e Prática Imersiva), ou para apenas uma delas (Introdução ou Prática Imersiva), tendo em atenção que:

 

    • Quem frequentar o Workshop I / Introdução, pode frequentar posteriormente o Workshop II / Prática Imersiva, mas deve apresentar já a candidatura para as duas semanas;
    • Se já tem experiência prévia com a Composição em Tempo Real (deve indicar no CV ou na Carta de Motivação onde, quando e com quem teve esse contato prévio), pode candidatar-se diretamente para o Workshop II / Prática Imersiva.

 

Número máximo de participantes: 16 pessoas.

Horários

Workshop I / Introdução: De 21 a 25 de Agosto de 2023, das 14h30 às 19h30.

Workshop II / Prática Imersiva: De 28 de Agosto a 1 de Setembro, das 14h30 às 19h30.

Local

Forum Dança / Espaço da Penha
Travessa do Calado, 26B
1170-070 Lisboa

Pagamentos

    • Até 15 de julho: Uma semana: 90 € (noventa euros) / Duas semanas: 150 € (cento e cinquenta euros);
    • Depois de 15 de julho: Uma semana: 120 € (cento e vinte euros) / Duas semanas: 180 € (cento e oitenta euros);
    • Desconto: 25% de desconto sobre o valor total, para pessoas que já frequentaram qualquer edição do PACAP – Programa Avançado de Criação em Artes Performativas;
    • Bolsa: Será atribuída uma bolsa para frequência gratuita do workshop, a quem preste apoio logístico ao workshop (abertura e encerramento de portas, preparação dos estúdios, etc.). Se deseja candidatar-se à bolsa, indique essa informação na Carta de Motivação.

Candidaturas

A candidatura é efetuada através de formulário disponível nesta página.

 

Deve submeter por formulário o Curriculum Vitae com os dados actualizados e uma Carta de Motivação, onde conste as motivações para frequentar este workshop (não exceder uma folha A4). Se deseja candidatar-se à bolsa, indique essa informação na Carta de Motivação.

 

Se for uma das pessoas selecionadas, somente após a receção do comprovativo de pagamento, que deverá enviar para o nosso email, é que a sua inscrição será considerada validada.

Processo de candidatura

 

      1. Faça a sua candidatura on-line no formulário indicado para o efeito, até ao dia 4 de agosto;
      2. Não se esqueça de anexar ao formulário o curriculum vitae e carta de motivação em formato pdf;
      3. Todas as pessoas selecionadas serão contactadas até ao dia 11 de agosto;
      4. Aguarde pelo nosso email com a indicação de que foi uma das pessoas selecionadas, juntamente com as instruções de pagamento;
      5. Proceda ao pagamento da sua inscrição, conforme indicado no email enviado, até ao dia 15 de agosto;
      6. Envie-nos o respetivo comprovativo de pagamento para o nosso email;
      7. A sua participação só fica validada após a receção do comprovativo de pagamento.

Formulário

Todos os campos são de preenchimento obrigatório. Deve enviar o CV e a Carta de Motivação em formato “.pdf”.
Os ficheiros não podem ultrapassar 1 MB/cada.

Não se esqueça

 

      1. Candidaturas com data limite para envio até 4 de agosto;
      2. Resultados comunicados a todas as pessoas selecionadas até 11 de agosto;
      3. Pagamento deve ser efetuado até 15 de agosto, após terminar o processo de selecção e ser aceite no workshop.

Candidaturas encerradas.

© Fotos sem crédito de João Fiadeiro.

Actividades

Composição em Tempo Real, João Fiadeiro / Forum Dança

Workshop I
CTR

Introdução à prática da Composição em Tempo Real

21 a 25 de Agosto

Este workshop de introdução à prática da Composição em Tempo Real é um workshop “prático”, no sentido em que será através da experimentação que se irão aceder às premissas e princípios que guiam esta proposta, mas a transmissão será feita em modo “frame by frame”, privilegiando o detalhe e a especificidade de cada ferramenta-conceito que sustenta o fazer-pensar da Composição em Tempo Real.

 

Nesse sentido haverá um cuidado e atenção especiais às múltiplas dimensões que compõem o corpo de trabalho deste modo de operar, isolando cada uma das suas valências através de exercícios situados (que sublinham determinadas aspectos da sua composição); a apresentação e discusão de exemplos (via videos do arquivo e trabalhos de outros artistas-investigadores); e diagramas que traduzem de forma gráfica a maneira como a Composição em Tempo Real se manifesta.

João Fiadeiro

Forum Dança | PACAP 5 - João Fiadeiro
João Fiadeiro © Ana Viotti

João Fiadeiro (1965) é um performer, coreógrafo, investigador, professor e curador português.

 

Pertence à geração de artistas que surgiu no final dos anos oitenta em Portugal e deu origem ao movimento da Nova Dança Portuguesa.

 

Nos anos 90 estudou e praticou intensamente o Contacto-Improvisação o que o levou a prosseguir e sistematizar a sua própria investigação sobre improvisação sob a designação de Composição em Tempo Real. Esta pesquisa levou-o a coordenar workshops em programas de mestrado e doutorado em várias escolas e universidades em todo o mundo.

 

Tem feito extensas digressões pela Europa, América do Norte e América do Sul com os seus trabalhos a solo e em grupo.

 

O seu percurso, quer enquanto coreógrafo ou performer, como enquanto investigador ou curador, centrou-se na criação de condições para a experimentação, a prática laboratorial e o cruzamento interdisciplinar.

 

Esta actividade foi realizada tanto no quadro da direcção de projectos de programação e investigação artística, que passaram pelo Centro Cultural da Malaposta (1990-95), pelo Espaço Ginjal (1995-1998), pelo Lugar Comum (1999-2000), pelo Espaço A Capital (2000-2002) e pelo Atelier Re.AL (2004-2019), como no quadro da sua prática artística, através das criações e dos ateliers de investigação organizados em torno da Composição em Tempo Real.

 

O Atelier Re.AL foi uma estrutura que desempenhou um papel preponderante no desenvolvimento da dança contemporânea e de iniciativas transdisciplinares em Portugal.

 

Em todas estas diferentes plataformas de encontro, João Fiadeiro foi sempre acompanhado por artistas que participaram ativamente enquanto criadores, performers, investigadores e programadores, contribuindo de maneira decisiva para a existência deste projeto durante 30 anos de atividade ininterrupta.

Composição em Tempo Real, João Fiadeiro / Forum Dança

Performers: Carolina Campos e Daniel Pizamiglio

Informações

Seleccione cada uma das secções abaixo para tomar conhecimento de todas as especificações do processo de candidatura e selecção.

A quem se destina

Este ciclo de Workshops em Composição em Tempo Real é composto por duas semanas diferentes, cada uma delas direcionado a pessoas com práticas distintas:

 

    • Workshop I / Introdução – artistas-investigadores com experiência em improvisação (em dança, performance ou teatro). É aberto a qualquer pessoa mas daremos prioridade a candidaturas de quem ainda não tenha tido contacto com a Composição em Tempo Real de João Fiadeiro;

 

    • Workshop II / Prática Imersiva – artistas-investigadores com experiência prévia com a Composição em Tempo Real de João Fiadeiro.

 

Podem candidatar-se para a frequência das duas semanas (Introdução e Prática Imersiva), ou para apenas uma delas (Introdução ou Prática Imersiva), tendo em atenção que:

 

    • Quem frequentar o Workshop I / Introdução, pode frequentar posteriormente o Workshop II / Prática Imersiva, mas deve apresentar já a candidatura para as duas semanas;
    • Se já tem experiência prévia com a Composição em Tempo Real (deve indicar no CV ou na Carta de Motivação onde, quando e com quem teve esse contato prévio), pode candidatar-se diretamente para o Workshop II / Prática Imersiva.

 

Número máximo de participantes: 16 pessoas.

Horários

Workshop I / Introdução: De 21 a 25 de Agosto de 2023, das 14h30 às 19h30.

Workshop II / Prática Imersiva: De 28 de Agosto a 1 de Setembro, das 14h30 às 19h30.

Local

Forum Dança / Espaço da Penha
Travessa do Calado, 26B
1170-070 Lisboa

Taxa de participação

    • Até 15 de julho: Uma semana: 90 € (noventa euros) / Duas semanas: 150 € (cento e cinquenta euros);
    • Depois de 15 de julho: Uma semana: 120 € (cento e vinte euros) / Duas semanas: 180 € (cento e oitenta euros);
    • Desconto: 25% de desconto sobre o valor total, para pessoas que já frequentaram qualquer edição do PACAP – Programa Avançado de Criação em Artes Performativas;
    • Bolsa: Será atribuída uma bolsa para frequência gratuita do workshop, a quem preste apoio logístico ao workshop (abertura e encerramento de portas, preparação dos estúdios, etc.). Se deseja candidatar-se à bolsa, indique essa informação na Carta de Motivação.

Candidaturas

A candidatura é efetuada através de formulário disponível nesta página.

 

Deve submeter por formulário o Curriculum Vitae com os dados actualizados e uma Carta de Motivação, onde conste as motivações para frequentar este workshop (não exceder uma folha A4). Se deseja candidatar-se à bolsa, indique essa informação na Carta de Motivação.

 

Se for uma das pessoas selecionadas, somente após a receção do comprovativo de pagamento, que deverá enviar para o nosso email, é que a sua inscrição será considerada validada.

Processo de candidatura

 

      1. Faça a sua candidatura on-line no formulário indicado para o efeito, até ao dia 4 de agosto;
      2. Não se esqueça de anexar ao formulário o curriculum vitae e carta de motivação em formato pdf;
      3. Todas as pessoas selecionadas serão contactadas até ao dia 11 de agosto;
      4. Aguarde pelo nosso email com a indicação de que foi uma das pessoas selecionadas, juntamente com as instruções de pagamento;
      5. Proceda ao pagamento da sua inscrição, conforme indicado no email enviado, até ao dia 15 de agosto;
      6. Envie-nos o respetivo comprovativo de pagamento para o nosso email;
      7. A sua participação só fica validada após a receção do comprovativo de pagamento.

Formulário

Todos os campos são de preenchimento obrigatório. Deve enviar o CV e a Carta de Motivação em formato “.pdf”.
Os ficheiros não podem ultrapassar 1 MB/cada.

Não se esqueça

 

      1. Candidaturas com data limite para envio até 4 de agosto;
      2. Resultados comunicados a todas as pessoas selecionadas até 11 de agosto;
      3. Pagamento deve ser efetuado até 15 de agosto, após terminar o processo de selecção e ser aceite no workshop.

Candidaturas encerradas.

© Fotos sem crédito de João Fiadeiro.

Actividades

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