CTR_expandida
5 workshops de uma semana
Em regime pós-laboral, das 18h00 às 21h00
Entre março e julho, iremos promover 5 workshops com a duração de uma semana cada, facilitados por artistas-investigadores/as/es que colaboram com João Fiadeiro há muitos anos.
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- Márcia Lança / 24 a 28 de março;
- Carolina Campos / 28 de abril a 2 de maio;
- Daniel Pizamiglio / 26 a 30 de maio;
- Gustavo Sumpta / 23 a 27 de junho;
- Cláudia Dias / 28 de julho a 1 de agosto.
Em conjunto, estes artistas cobrem 3 grandes períodos de sistematização e processamento desta ferramenta ao longo dos últimos 25 anos:
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- Década de 2000: a Márcia Lança, a Cláudia Dias e o Gustavo Sumpta participaram de forma intensiva na primeira fase da experimentação e aplicação da Composição em Tempo Real, numa altura em que a ferramenta estava sobretudo vocacionada para a prática da criação artística;
- Primeira metade da década 2010: a Carolina Campos e o Daniel Pizamiglio estiveram extremamente envolvidos num segundo tempo da investigação da Composição em Tempo Real, numa altura em que a ferramenta era trabalhada não como um meio para se chegar a um fim, mas como um fim em si.
- Meados da década de 2010 e início da década de 2020: a Márcia Lança volta para se juntar à Carolina Campos e ao Daniel Pizamiglio, para darmos início à terceira fase desta longa investigação, numa altura em que, ao mesmo tempo que voltamos à criação artística, passámos a dedicar bastante atenção a processos de transmissão e partilha.
Com o tempo, cada um/a/e à sua maneira, foi-se apropriando desta ferramenta, expandindo as suas aplicações e alcance, produzindo variáveis e formas distintas de partilhar e experimentar esta prática.
Propostas
Márcia Lança

“E agora?” É a pergunta que faço na minha prática de CTR quando se abre uma brecha, uma falésia, quando se abre aquele instante em que já não é o que pensávamos que era e ainda não é aquilo que virá a ser. Proponho estudar, mapeando a presença desse instante, em que o chão desaparece debaixo dos pés, na relação com as possibilidades de direcção da acção.
Márcia Lança nasceu em Beja e vive em Lisboa. Em 2008 fundou a VAGAR da qual é diretora artística. Tem trabalhado como coreógrafa e performer em diversas configurações colaborativas.
Move-se em territórios onde as fronteiras entre o ficcional e o real são ténues e difusas. O seu interesse pela materialidade poética de ações e tarefas concretas está no centro dos seus processos de criação.
É apaixonada por composições coletivas emergentes, pelo pensamento enquanto ação e por construções situadas.
Carolina Campos

Este workshop é um convite para exercitar estados de atenção onde a escuta e a participação nos poderão conduzir à construção de acontecimentos artísticos coletivos. A partir de ferramentas que desenvolvo em processos de acompanhamento e dramaturgia, praticaremos situações para: tomar consciência das agrupações de matérias vibrantes nas quais já estamos imerses; escutar o desejo para entrar em relação com essas matérias; e organizar esses acontecimentos como um convite para um percurso específico de atenção. Um dos pontos de partida para essa partilha será a relação entre palavra e performatividade. Entendendo a palavra como matéria e como interface para a reorganização do tempo e do espaço em coletivo, iremos praticar situações que refletem as seguintes perguntas: O que cabe dentro de uma palavra? Que palavras cabem dentro de uma imagem? Como a palavra faz lugar, presença e duração? Quais as distâncias entre o que se vê, o que se diz e o que acontece?
Faço parte da investigação ao redor da Composição em Tempo Real desde 2012 tendo trabalhado com João Fiadeiro em workshops, na criação de peças e na investigação e sistematização da ferramenta. Atualmente me dedico ao acompanhamento artístico, a dramaturgia e a experimentação com pedagogias, atividades que estão atravessadas pela CTR de forma direta e indireta.
Carolina Campos é brasileira e vive entre Lisboa e Barcelona.
Realizou o Programa de Estudos Independentes do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona.
No Brasil trabalhou com a Lia Rodrigues Cia de Danças, entre 2008 e 2011.
Colabora intensamente desde 2013 com João Fiadeiro na formação, criação e investigação da Composição em Tempo Real.
Daniel Pizamiglio

Primeiro nada, depois nada
Parar como ato político.
Desacelerar como gesto de resistência.
Prestar atenção como forma de abrir possibilidades.
“Primeiro nada, depois nada” é um workshop privilegiado de imersão e prática expandida da CTR orientado por Daniel Pizamiglio. Neste workshop será dado ênfase à potência da espera, ao valor das possibilidades dentro de um espaço de pré-ação e ao trabalho do estar.
Daniel Pizamiglio é um coreógrafo, performer e pesquisador brasileiro, queer, migrante baseado em Lisboa. Trabalha no contexto da dança e das artes performativas em Portugal, explorando noções e práticas do encontro, da poesia concreta e de luto. Desde 2009, investiga Composição em Tempo Real com João Fiadeiro, explorando diferentes dispositivos de estudo, prática e transmissão desta metodologia internacionalmente. Em 2016 concluiu o Programa de Estudo, Investigação e Criação Coreográfica do Fórum Dança (Lisboa) com o solo “Dança Concreta”. Colaborou com diversos artistas como Andreia Pires, Andréa Bardawil, Ana Rita Teodoro, Alex Cassal, Cláudia Dias, Filipe Pereira, Francisco Thiago Cavalcanti, Gustavo Ciríaco, João Fiadeiro, João dos Santos Martins, Luis Garay, Márcia Lança, Rita Barbosa, Romain Beltrão Teule e Vera Mantero. Em 2023 estreou a performance-luto “M” na Rua das Gaivotas 6, em Lisboa.
Gustavo Sumpta

Gustavo Sumpta nasceu em Luanda (Angola), em 1970. Vive e trabalha entre Lisboa e Berlim. Frequentou a licenciatura em História na Faculdade de Letras do Porto. Fez o Curso Profissional de Intérprete no Ballet Teatro Contemporâneo do Porto. Colaborou como assistente e actor em diversos filmes de Pedro Costa, nomeadamente: “Cavalo Dinheiro”(2014), “Juventude em Marcha”(2006) e “End of the love affair” (2003). Escreveu e foi intérprete com o coreografo João Fiadeiro nas apresentações “Existência” (2002) e “Para onde vai a luz quando se apaga” (2006). Ensinou Escultura na Ar.co, em Lisboa, de 2009 a 2013 através do convite de Rui Chafes, director do programa de Escultura da escola. Trabalha como artista visual e performer desde 1999.
Cláudia Dias

Cláudia Dias nasceu em Lisboa, em 1972. É coreógrafa, intérprete e professora. Iniciou a sua formação em dança na Academia Almadense, foi bolseira na Companhia de Dança de Lisboa, concluiu o Curso de Formação de Intérpretes de Dança Contemporânea no Forum Dança, e frequentou o Mestrado em Artes Cénicas na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa. Iniciou o seu trabalho como intérprete no Grupo de Dança de Almada. Integrou o colectivo Ninho de Víboras. Colaborou com a Re.Al tendo sido uma intérprete central na estratégia de criação de João Fiadeiro e no desenvolvimento, sistematização e transmissão da Técnica de Composição em Tempo Real. Criou as peças Feedback, E.U. (entrevistem-me urgentemente), Juntem-se 2 a 2, As águias não geram pombas, Per Ti, Histo, One Woman Show, Visita Guiada, Das coisas nascem coisas, Vontade de ter Vontade, 23 + 1 e Nem tudo o que dizemos tem de ser feito nem tudo o que fazemos tem de ser dito. Foi artista associada da Re.Al e do Espaço do Tempo e artista residente no Alkantara. Publicou textos nas revistas Boa União e Woman On Scene e nos livros Correspondencias.Bad e Escenas do Cambio. Premiada pelo Clube Português de Artes e Ideias no concurso Jovens Criadores, 1998. Nomeada para o Prémio Melhor Coreografia de 2013 e de 2017 pela Sociedade Portuguesa de Autores. Desde 2016 desenvolve o projecto Sete Anos Sete Peças acumulando funções de direcção, criação, interpretação e formação. Criou a associação Sete Anos.
Informações
Selecione cada uma das secções abaixo para tomar conhecimento de todas as especificações dos workshops e do processo de inscrição.
A quem se destina
Os workshops são primordialmente dirigido a artistas com alguma experiência, mas é também aberto a qualquer pessoa que se identifique com as premissas da proposta e se sinta disponível e confortável para experimentar práticas de composição e improvisação com o corpo.
Horários
Todos os workshops decorrer em regime pós-laboral, das 18h00 às 21h00.
Local
Forum Dança / Espaço da Penha
Travessa do Calado, 26B
1170-070 Lisboa
Taxa de participação
As inscrições serão aceites por ordem de chegada. Embora a participação nestes workshops possa acontecer de forma autónoma, eles foram pensados de maneira articulada, como diferentes faces de um cubo. Ter acesso à Composição em Tempo Real é, de certa forma, ter acesso a estas diferentes formas de a pensar e praticar. Por isso aconselhamos fortemente a inscrição em mais do que um workshop ao criarmos um valor de inscrição inversamente proporcional ao número de workshops inscritos.
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- 1 workshop = 80€
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2 workshops = 140€ (70€ cada)
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3 workshops = 180€ (60€ cada)
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4 workshops = 200€ (50€ cada)
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5 workshops = 200€ (40€ cada / quinto workshop gratuito)
Pré-Inscrição
A pré-inscrição é efetuada através de formulário disponível no nosso site e será validada após receção do comprovativo de pagamento, que deverá enviar para o nosso email.
Processo de inscrição
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- Aguarde o nosso email com as instruções de pagamento;
- Proceda ao pagamento da sua inscrição, conforme indicado no email enviado;
- Envie-nos o respetivo comprovativo de pagamento para o nosso email;
- A sua inscrição só é validada após a receção do seu comprovativo.
Formulário
Nota Geral
Para quem pretenda participar em qualquer das nossas propostas de transmissão e prática da CTR
Mesmo que estejamos comprometidos a criar um lugar de prática seguro, sustentado numa ética de trabalho apoiada em princípios de cuidado e de respeito mútuo, a experiência da improvisação e da performance, por definição, pode levar os/as/es performers para lugares de partilha intensa, muitas vezes vulneráveis e emocionalmente carregados, onde a dúvida e o erro têm um lugar de relevo. Ao inscreverem-se tenham em consideração que nesta prática podem encontrar-se em situações de experimentação que abalam, mesmo que provisoriamente, as vossas zonas de conforto.