Para a Cristina Conversas
17 a 22 de fevereiro de 2025
Espaço da Penha, Lisboa
O ciclo de conversas inserido na programação Para a Cristina propõe um espaço de reflexão e partilha sobre a dança contemporânea, a sua história e os seus desafios no presente. Ao longo da semana, três momentos distintos reúnem artistas, investigadores e público num diálogo sobre práticas, pensamento e heranças da dança. Das questões urgentes na criação artística à revisitação da história da Dança em Portugal e ao legado de Steve Paxton, estas conversas abrem caminhos para pensar o corpo como espaço de memória, transformação e resistência.
17 fevereiro
18h30/20h30
Conversa #1
Descondicionar modos de sentir, pensar e fazer na dança
18 fevereiro
18h30/20h30
Conversa #2
Que corpo vai sendo a dança de hoje?
19 fevereiro
16h30/18h30
Palestra
A Dança Portuguesa como apelo à pulsão de destino – uma leitura psicanalítica
20 fevereiro
18h30/20h30
For Steve
Steve Paxton, vida e obra e a sua relação com Portugal
Os Encontros-Conversas Dançantes são um espaço de troca de ideias entre artistas e público, onde a conversa se torna também uma prática de escuta e experimentação. Mais do que encontrar respostas, estas sessões convidam à partilha de inquietações e ao pensamento coletivo.
Ajuntamento Pensante
Estas conversas contam com a participação de Ângela Guerreiro, Catarina Vieira, Dani d’Emilia, David Marques, Joclécio Azevedo, Margarida Bettencourt, Maria João Guardão, Maria Ramos, Mariana Lemos, Né Barros, Rogério Nuno Costa, Sílvia Pinto Coelho, Sílvia Real, Sofia Neuparth, Teresa Prima e Teresa Silva.
17 fevereiro | 18h30 | Conversa 1
Descondicionar modos de sentir, pensar e fazer na dança
Este tema propõe uma reflexão sobre como questionar e transformar as práticas dominantes na dança, abordando desafios como a descolonização das práticas artísticas, a validação de corpos diversos e a criação de linguagens inclusivas.
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- Que processos estão em marcha no pensar-fazer da Dança?
- Como descolonizar os modos de fazer (das práticas e da produção)?
- Que práticas são estas que ainda hoje são consideradas como as que validam a dança e o corpo que dança?
- De que modo podemos descondicionar o pensamento e o conhecimento, na investigação, na educação em geral e na formação artística em particular, nomeadamente em estudos de dança?
- Como criar e nutrir linguagens que não produzam exclusão?
18 fevereiro | 18h30 | Conversa 2
Que corpo vai sendo a dança de hoje?
Uma oportunidade para explorar como os corpos se adaptam, aprendem e desaprendem no contexto atual da dança. O tema abre caminhos para pensar novos formatos de criação, práticas laboratoriais e processos que respondam aos desafios do presente.
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- Que campos de investigação e de (des)aprendizagem parecem estar a pedir passagem através dos nossos corpos?
- Que processos laboratoriais estão ou poderiam estar a ser integrados enquanto modos alternativos de (co) aprendizagem?
- Que caminhos estão a ser experimentados para continuar a nutrir criações artísticas em formatos de partilha e testemunho que não se restrinjam aos formatos mais ‘tradicionais’ de espetáculo?
- O que os corpos estão a querer aprender/desaprender agora? O que podemos aprender com a morte? com a desvinculação? Como nos ativamos na criação de mundos em que se possa respirar?
19 fevereiro | 16h30
A Dança Portuguesa como Apelo à Pulsão de Destino – Uma Leitura Psicanalítica
No âmbito do PACAP 8/”Mystery School”, Ezequiel Santos conduz uma palestra que propõe uma abordagem singular à dança em Portugal, explorando-a como um território onde mito, história e corpo se entrelaçam. Através de uma leitura inspirada na psicanálise, esta reflexão convida a pensar a dança para além das suas cronologias e factos, destacando-a como um espaço de ressonâncias intemporais e ficções culturais que se manifestam nos corpos dançantes.
“Tratando-se da palestra inaugural da “Mystery School”, proponho realizar uma descida sob o plano visível dos factos e das cronologias e revisitar a dança portuguesa através da mitologia configurada na própria história que os portugueses viveram. Trata-se de uma leitura inspirada na psicanálise, e que apela à recuperação da pulsão de destino, à compreensão de ressonâncias intemporais, à descrição de uma missão que se tem cumprido através do espírito, concretizada em ficções culturais ativas e que se instalam nos corpos dançantes. Corpos estes que, sob a aparência da atualidade transportam em si a antiguidade.” | Ezequiel Santos
Esta palestra será falada em inglês.
20 fevereiro | 18h30
Steve Paxton, Vida e Obra e a sua Relação com Portugal
Integrada na programação For Steve, esta conversa reúne João Fiadeiro, Rita Vilhena e Sofia Neuparth, com moderação de Liliana Coutinho, para um olhar sobre o legado de Steve Paxton e a sua relação com Portugal.
A partir dos oito estudos que serviram de base à exposição Esquissos de Técnicas Interiores sobre o legado e obra de Steve Paxton, organizada na Culturgest em 2019, com curadoria de João Fiadeiro e Emma Bigé, serão exploradas as influências do seu trabalho na cena artística portuguesa, a sua presença enquanto referência incontornável para várias gerações de criadores e a continuidade das suas práticas no contexto atual.
O encontro inclui ainda projeções de excertos da conferência de Paxton na Culturgest em 2019; da peça PA RT, um solo-dueto-solo dançado por Steve Paxton e Lisa Nelson; e diversas imagens da sua trajectória, num diálogo entre imagem, pensamento e arquivo vivo.
Atividades programadas
Fotografia de topo gentilmente cedida por Rede More (Encontro Reunion em 2018 no Espaço ALKANTARA © Alípio Padilha).