Lígia Soares
Ar ao Vento
Conferência-performance (25′) | M/12 | Estreou em 2008
Espaço da Penha | 6 e 7 Maio | 20h15
“Os meus trabalhos a solo, Às Origens da Crise (2005) e Ar ao Vento (2008) partilham um forte questionamento da acção na performance. Nestes projectos procurei negar a representação como ponto de partida para poder assistir à sua construção, consciente da sua artificialidade. O espaço teatral deixou assim de ser representativo para se confrontar com a realidade do seu vazio primordial, a partir do qual qualquer discurso criado é apenas uma expectativa e uma tentativa de drama.
O palco em si não é dramático, a ação não é dramática, a personagem idem, o drama torna-se apenas um jogo de atribuições voluntárias do discurso.
Esta apreensão de um acto simplesmente como um acto (que perdeu um poder representativo intrínseco) desloca a qualidade dramática de um nível representativo para a confrontar directamente com a ausência de sentido no momento presente. A expectativa torna-se deste modo um dos principais motores da imaginação e um dos principais veículos de tensão, drama.” – Lígia Soares em 2008
Sinopse
Intitulei este projecto “Ar ao Vento” exactamente pelo valor poético que as palavras contêm, mesmo que estas não queiram enunciar realmente nada. Este título agrada-me porque cria expectativa sem se comprometer com qualquer significado concreto. É isso que procuro criar neste trabalho, a expectativa que a ideia de espectáculo cria em mim como criadora, no público por se deslocar a ir ao teatro e na sala por existir um palco.
Ficha Técnica
Conceito, texto e interpretação Lígia Soares
Música excerto de Musique pour Cordes, Percussion et Celesta, Bela Bartók, Detroit Symphony, A. Dorati.
Ar ao Vento / Birds and Wind foi criado em 2008 e inclui versões em português, inglês, francês e alemão, tendo sido apresentado em Berlim, Lisboa, Porto, Paris e Belgrado.
Biografia
Lígia Soares, coreógrafa e dramaturga portuguesa. É licenciada pela Escola Superior de Dança (IPL). Começou o seu trabalho como atriz na companhia de Teatro Sensurround em 1997. Foi artista residente da Tanzfabrik-Berlin de 2004 a 2006. O seu trabalho tem sido apresentado nacional e internacionalmente estando presente em vários programas internacionais de dança contemporânea. Desenvolveu ainda vários contextos de programação com outros artistas ou em projetos coletivos como “Demimonde” ou “Face-a-Face”. Na sequência de trabalhos como “Romance”, “Turning Backs” ou “O Ato da Primavera”, prossegue uma pesquisa em como criar dispositivos cénicos inclusivos da presença do espectador como elemento constituinte da dramaturgia do espectáculo. Tem quatro peças editadas na editora Douda Correria. A peça “Cinderela” ganhou o prémio Eurodram 2018.
Créditos Imagem Zé Maria Branco
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